quarta-feira, 24 de março de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Coisas divertidas para se fazer no Carnaval
domingo, 31 de janeiro de 2010
Coisas Simples da vida
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
Poemas
Exponho aqui outro poema do Vinicius de Moraes extraído de um dos livros que ele escreveu:
Poema Enjoadinho
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!Mas se não os temos
Como sabê-lo? Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los... Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Exponho aqui outro poema do Vinicius de Moraes extraído de um dos livros que ele escreveu:
Poema Enjoadinho
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!Mas se não os temos
Como sabê-lo? Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los... Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
sábado, 23 de janeiro de 2010
Flores
Classificadas como plantas como angiopérmicas da divisão magnoliophyta, sua função é assegurar a reprodução da espécie e ser um atrativo polínico, mediar a união dos esporos masculino (micrósporo) e feminino (megásporo) no processo de polinização.
Mais do que um fator determinante para a continuidade da sua espécie, uma vez bem apreciadas, as flores são plantas cuja beleza é inatingível. Finas, delicadas, singelas, mas com um toque de ousadia, elas representam toda uma vida da planta. Atrevo-me a dizer que grande parte das flores são basicamente a parte funcional das plantas, de forma que tomam para si a responsabilidade da procriação e do desenvolvimento fisiológico.
Assim, pode-se dizer também que além de toda a beleza lírica, as flores, indiscutivelmente devem ser adimiradas por toda a sua experiência e maturidade.
Exponho aqui as de minha pereferência:
Orquideas
Conta-se que a rainha de Sabá, (há cerca de 3.000 anos) estava sem saber como presentear o Rei Salomão. Uma criada lhe ensinou; “Ao maior dos reis, leve um feixe de orquídeas”. Também desde a Antiguidade, é utilizada nas festas da primavera, na China, para afastar as influências negativas.É a planta mais diversificada do planeta.
Lírio
Nome científico: Hemerocallis. É originário da China e Japão. Depois da rosa, é a flor mais utilizada na literatura e nas artes. Segundo a mitologia grega, quando Hera amamentava seu filho Hércules, algumas gotas de seu leite derramaram-se no céu e formaram a Via-Láctea; as que caíram sobre a terra transfornaram-se em lírios. Para os cristãos, o lírio representa a Virgem Maria. No folclore brasileiro, o lírio branco representa o casamento e, nos funerais, significa a purificação da alma.
Rosa
É certamente a flor mais conhecida do mundo e considerada como a rainha das flores. O seu cultivo remonta à Antigüidade, mas não se sabe exatamente quando ou onde as primeiras rosas foram cultivadas.
Sua beleza e perfume simbolizam o amor, e seus espinhos, o sofrimento que ele pode causar. No Egito, era dedicada à deusa Ísis e, na Grécia, a Afrodite.
Margarida
Nome científico: Chrysanthemum leucanthemum. É originária de Pirineus (Europa Central). Na mitologia romana, a ninfa Belides transformou-se nesta flor para escapar do assédio do deus da vegetação e das árvores frutíferas.Conta uma lenda inglesa que uma fada alimentava um príncipe com comidas preparadas com esta flor para que ele nunca crescesse e nem
perdesse a inocência infantil.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Poemas
Possuo um amor inacessivel e declarado por Vinicius de Moraes. Desde a primeira vez que li seus poemas, me vi perdidamente encantada por suas palavras tão doces, atrozes, finas e ousadas.
Lembro-me que o primeiro poema que li foi "Receita de mulher". Ao passo que ia decifrando as letras, as palavras que se formavam tornavam-se uma espécie de mel embriagante (como ele mesmo cita no poema) que nao deixava livrar-me daquela atividade.
Era como se eu houvesse encontrado um oásis no meio do deserto urbano. No meio de tantas pessoas e tanta informação fui eu, achar logo em um pequeno livro de poemas o encanto, a magia e o amor sensivel que só os amantes das palavras entendem.
Compartilho aqui entao, este poema:
Receita de mulher
As muito feias que me perdoem mas beleza é fundamental. É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture em tudo isso (ou então que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa). Não há meio-termo possível. É preciso que tudo isso seja belo. É preciso que súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche no olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços alguma coisa além da carne: que se os toque como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência. É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas no enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras é como um rio sem pontes. Indispensável. Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida a mulher se alteie em cálice, e que seus seios sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca e possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas. Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal! Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas e que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem no entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!). Preferíveis sem dúvida os pescoços longos de forma que a cabeça dê por vezes a impressão de nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferiorA 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes e de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos ao abri-los ela não estará mais presente com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá e que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber o fel da dúvida. Oh, sobretudo que ela não perca nunca, não importa em que mundo não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade de pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre o impossível perfume; e destile sempre o embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina do efêmero; e em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
Lembro-me que o primeiro poema que li foi "Receita de mulher". Ao passo que ia decifrando as letras, as palavras que se formavam tornavam-se uma espécie de mel embriagante (como ele mesmo cita no poema) que nao deixava livrar-me daquela atividade.
Era como se eu houvesse encontrado um oásis no meio do deserto urbano. No meio de tantas pessoas e tanta informação fui eu, achar logo em um pequeno livro de poemas o encanto, a magia e o amor sensivel que só os amantes das palavras entendem.
Compartilho aqui entao, este poema:
Receita de mulher
As muito feias que me perdoem mas beleza é fundamental. É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture em tudo isso (ou então que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa). Não há meio-termo possível. É preciso que tudo isso seja belo. É preciso que súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche no olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços alguma coisa além da carne: que se os toque como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência. É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas no enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras é como um rio sem pontes. Indispensável. Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida a mulher se alteie em cálice, e que seus seios sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca e possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas. Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal! Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas e que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem no entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!). Preferíveis sem dúvida os pescoços longos de forma que a cabeça dê por vezes a impressão de nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferiorA 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes e de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos ao abri-los ela não estará mais presente com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá e que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber o fel da dúvida. Oh, sobretudo que ela não perca nunca, não importa em que mundo não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade de pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre o impossível perfume; e destile sempre o embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina do efêmero; e em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
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