quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Canalha, Substantivo Feminino


Fontes: Ivan Martins e Paola Patricio)

E não é que temos como característica o doce enigma da mulher? As esfinges deveriam ter sido representadas de tranças.



Em geral, sempre acreditei que homens e mulheres são naturalmente semelhantes quanto à natureza e intuição humana e que divergiam apenas no quesito instinto, até mesmo por uma questão cultural. Não sei se estou certa, mas li a resenha de um livro que me deu dúvidas certeiras a respeito desse assunto. 

Publicado pela Editora Record, a escritora Martha Mendonça publicou um livro a respeito de contos sobre mulheres que fazem os cafajestes masculinos parecerem coroinhas. Cada uma das histórias é um pequeno compêndio de maldades – maldades que, pela forma e pelo conteúdo, parecem intrinsecamente femininas, ainda que muitas delas não sejam exclusivas das mulheres. 

São histórias que me fizeram acender uma luzinha de questionamento piscando em minha mente: "Até onde uma mulher é capaz de ir para alcançar seus objetivos?"

Mulheres casadas, a procura do sucesso profissional ou simplesmente com vontade de se vingar de alguém fazem o que forem preciso para atingir o resultado esperado. O livro mostra também o quanto que os homens dão valor a mulheres que não estão nem ai para eles. Choram, entram em depressão e as vezes até suicidam-se, tudo por não terem o a atenção da mulher canalha de sua vida! E elas os usam como eles muitas vezes usam as mulheres. Fazem os mesmos joguinhos, prometem as mesmas coisas, dão a eles o céu e depois o inferno.

Há uma estagiária de 20 anos, Larissa, que seduz o chefe quarentão até levá-lo a um estado de loucura, pelo prazer egoísta de testar o próprio poder. Há uma loira sensual, Ingrid, que sobe na vida sem trabalhar usando os homens friamente, como degraus da sua escalada social. Há uma arquiteta de 30 anos, Mariana, que arrasta o marido da antiga rival de colégio para um motel apenas pelo gosto de humilhar a beldade envelhecida. 



Todas essas histórias têm em comum uma perversidade que é pouco observada no universo masculino. Os homens fazem coisas torpes, mas, tanto quanto pode-se perceber, seus atos, vistos de fora, são impulsivos e primitivos, de tão óbvios. 

Em oposição, as mulheres de Martha são racionais, calculistas, oblíquas como o olhar de Capitu. A mãe seduz o namorado da filha para sentir-se jovem e desejada. Sem hesitação e sem remorsos. A noiva entrega-se a todos os homens, menos ao seu prometido, por quem sente um mal disfarçado desprezo. A mulher planeja e leva a cabo o assassinato do marido por lento e penoso envenenamento. 



Bom, na minha humilde opinião, isso é 1° efeito do instinto de sedução e competição feminino, isto é, a mulher precisa sentir que é desejada e ter convicção de que tem o poder sobre aquela situação; 2° os próprios atos masculinos de desinteresse, muitas vezes estimulam esse lado 'devorador' de uma mulher. 


Em contrapartida, é claro que existem exceções, até porque nem toda mulher é cafajeste, assim como nem todo homem. O fato, é que importante de verdade, é tratar as pessoas com igualdade e respeito, o que independente do gênero, não merece receber menos que isso.


Então, como todas as histórias de homens canalhas, as mulheres canalhas também não tem um final feliz. A ambição, o desejo de sentirem-se linda e desejada, a sede de vingança, tudo isso tem um preço no final de cada história. 



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