domingo, 23 de janeiro de 2011


Eu te Amo?


Não mesmo.
Durante toda a nossa existência as pessoas se relacionam em comunidade ou conjunto porque precisam; fato que vai da interdependência até a dependência causada. Daí nasce a necessidade da comunicação. Se tratando de relacionamento entre uma sociedade, essa comunicação pode ser mais simplificada e honesta. No entanto, quando o assunto é relacionamento a dois, a coisa já é mais complicada.

Posso agora pecar ao abusar do ceticismo, mas particularmente, não acredito na frase “eu te amo”. Acredito que o que era pra ser um estado de espírito momentâneo foi simplificado a três míseras palavras. O estado de espírito é muito mais do que palavras: são gestos, olhares e afetos. É ironia tentar definir, achar significado para o que se sente.

Para explicar melhor meu ponto de vista, vou usar a ciência:

O primeiro passo para um contato a dois chama-se 'Luxúria', no qual existe um desejo ardente estimulado pela Testosterona (que existe tanto nos homens quanto nas mulheres). Essa é a fase em que o físico atrai e o diencéfalo juntamente com o sistema límbico controla (ou descontrola) as ações emocionais; isto é, reações puramente animais e intuitivas.

O segundo passo é denominado 'Atração' porque comporta um estado de euforia pós-luxúria. É quando passamos pelas boas sensações da libido que comportam altos níveis de Dopamina e Norepinefrina (noradrenalina) ligada à inconstância, exaltação, euforia, falta de sono e apetite. Baixos níveis de Serotonina (tendo em vista que sua ação diminui os fatores liberadores de gonadotrofinas pela hipófise, então por competição quanto mais serotonina menos hormônio sexual). Nessa fase também há sentido somente para ações, justificado pelos próprios atos que passam a ser controlados (ou descontrolados).




O terceiro passo representa a 'Ligação', significando que todo aquele estado de euforia evoluiu e converteu a uma relação calma e segura. É um estado de espírito explicado pela ação dos hormônios Ocitocina (associado ao aumento de desejo e bem-estar geral, basicamente promove o relaxamento) e a Vasopressina (ADH) que promove a regulação cardiovascular, atuando no controle da pressão sanguínea. Essa é a fase digamos 'calma', onde as reações ficam mais estáveis e previsíveis e a dependência de um para com o outro se estabelece (uso o termo dependência porque qualquer estado de prazer torna-se certo tipo de vício).


Com isso, as reações químicas do próprio corpo produzem ações que podem ser definitivamente expressivas para os sentidos, que se tornam mais apurados e a necessidade de integrar ao outro se tende a ser cada vez maior, o que explica a ideia defendida neste artigo. Todos os hormônios e neurotransmissores citados têm sua parcela de responsabilidade nas reações produzidas nos diferentes sentidos : tato, olfato, audição, paladar e visão.

Então, pode-se resumir que as reações do próprio corpo produzem ações que podem ser expressivas e definitivamente honestas tanto quanto ou até mais do que um ocasional “eu te amo”.



Referências:


Tratado de Fisiologia Médica de Guyton & Hall 11° de., 2006. 

N

Um comentário:

  1. Plausível!
    Mas nada melhor para os "ouvidos" do que um belo e sonoro.... EU TE AMO!

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